sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quem sabe só você

QUEM SABE. A chamada foi a de sempre: “Se vira!” A vontade em atender a chamada também foi a de sempre: “Sempre que você quiser”. Componentes de uma situação radiante e que leva dois seres a uma felicidade impar, o contato e a reciprocidade deste, são elementos fundamentais dentro do pilar universal que sustenta os sonhos, as realizações, a vida apaixonante e o entusiasmo de seguir em frente. Como diz a música: “E pela lei natural dos encontros eu deixo e recebo um tanto”. Que bom se sentir assim, pensa ele. Que bom!

Enquanto movimenta as ações a fim de encontrá-la, fica imaginando o que ela quis dizer com a frase da noite anterior: “Gostaria que passasse comigo pelo menos parte da minha primeira noite”. Será que entendi o que era para entender? Mudanças... Como elas movimentam nossas vidas. A vida dela, pelo menos a física, estava sofrendo uma mudança considerável. Não pelo fato da mudança espacial e sim pelo peso que esta agora lhe acrescentava. Suas realizações pessoais tinham ganhado novo item e este, como sempre, era um dos mais significativos na vida das pessoas. Desde os primórdios o homem busca por refúgio. Há diversos tipos de refúgios, sejam eles físicos, sejam eles psíquicos. Mas isso é assunto para outra hora, conclui. Aliás, tem pensando muito na questão do refúgio psíquico ultimamente. Numa aula de filosofia que teve a honra de ministrar em outra oportunidade, trabalhou a questão primorosamente e ali, começou a medir o quanto isso é importante em nossas vidas.

Então sua alma se encheu de alegria novamente. Sua Torre havia se movimento para mais ao sul do reino. E com ela, todo o centro de gravidade do mundo, pelo menos do mundo dele e de todos os seus sentimentos que orbitam ao redor dela. A metáfora mais uma vez era bem feita, fruto da magia da relação de ambos.

E tudo foi o que ele imaginou. Mais uma vez música. Mais uma vez poesia. Mais uma vez intensidade. O entretenimento então se fez parte do encontro por intermédio de uma comédia. Risos, risos e risos depois, ela, impecável em seu jeito de ser e de seduzir, disse que algo o esperava. “Minha primeira noite é sua” e, diga-se de passagem, foi uma frase deliciosamente colocada no momento certo, na hora exata. SÓ VOCÊ para dizer isso, enfatizou.

Lapso temporal? Não, não desta vez. A lembrança de tudo o que aconteceu, como sempre, nunca lhe vai sumir da mente. Ela o abraçou como nunca. Ela o beijou como nunca. Ela o desejou como nunca. Ele a abraçou como nunca. Ele a beijou como nunca. Ele a desejou como nunca. Mesmo local? Não. Novo local! Novo e atraente. Novo e muito, mais muito rico pela beleza que por ali desfila, agora, todos os dias. PRA TRAZER a realidade como parte fundamental do encontro ela repetiu: “Gostaria que estivesse aqui esta noite”. Ele responde: “É um prazer e, quem agradece sou eu”.

Num determinado momento, a intensidade do que acontecia começou a refletir. Os dois pararam por alguns segundos, olharam essa reflexão, entenderam que quando estão juntos tudo parece se encaixar e, conseguiram visualizar no contraste a riqueza do momento. Ele mais uma vez disse: “Olha pra você”. Ela não deixou por menos, tentou sair de cena e olhando o reflexo dele disse: “Olha pra você”. Ele pensou o que sempre pensa: “Você não existe”. Como ela conseguia o deixar feliz. Como ela conseguia o deixar contente. Como ela conseguia o deixar vivo. O QUE mais ele poderia querer?

A noite era dela. A realização era dela. Mas ela escolheu presenteá-lo, escolheu compartilhar, escolheu ser o presente. Ele aceitou. Aceitaria mesmo se a ocasião fosse simples. E lhe disse: “Mesmo que fosse para apenas te dar um beijo. Mesmo que fosse para apenas te ver. Mesmo que fosse apenas para te ver acenando pela janela. Mesmo que fosse apenas para, ao longe, imaginar que era você ali acenando na janela, já teria valido a pena”. JÁ É maravilhoso assim, imagina então pensar que isso tudo é MEU, concluiu.

Anderson Mendes Fachina

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