sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Hoje faz um ano

Aquele foi um dos piores dias de minha vida. Tive ali a certeza de que nunca devemos deixar as coisas que realmente importam para trás. Não adiantava chorar, não adiantava nada... Nada ia trazer ele de volta. Nada ia preencher o vazio que a sua partida me deixou. Um vazio, que já vinha sendo construído há tempos, mas que eu jurava, um dia, melhorar.
A última vez que o vi ele estava sorridente. Contente com a minha presença. Eu o abracei, sorrimos e mal sabia que seria a última vez nesta existência. Mal sabia que aquela despedida e a promessa de nos encontrarmos novamente seriam as últimas palavras.
Mas naquele dia, tudo acabou. Chorei e foi muito triste constatar que as coisas poderiam ter sido diferentes. Mas não foram. Não foram. E, dali em diante, não poderiam ser nunca mais. Eu sempre o amei, mas julgava que a minha tristeza em vê-lo triste era maior que a própria tristeza que ele sentia. E esse tal julgamento que fazemos é inexorável. Sem dúvida, ele cai sobre nós como realmente merecemos.
Hoje faz um ano e sua memória ainda é viva em minha mente. A memória dos tempos felizes, quando sentávamos à mesa para comer, todos juntos. Lembro-me, como se fosse hoje, dos tempos em que sentado na garupa da bicicleta, andávamos por toda a cidade. Lembro-me de todos os esforços que foram feitos para que nós fossemos criados. Lembro-me da saudade que sentia quando ele trabalha fora. Lembro-me daquela tarde nublada qualquer em 1988 quando ele me ensinou a fazer uma dobradura de um pássaro, que mais tarde aprendi se tratar de um Tsuru. Lembro-me como se fosse hoje. Ele havia aprendido num desses serviços fora, quando pintava uma escola agrícola na cidade de Igarapava. Lembro-me de quando ele me abraçou chorando dizendo que meu avô, era o maior homem do mundo. Lembro-me de tudo, coisas boas ou ruins.
Onde quer que esteja saiba que penso em você todos os dias.

Anderson Mendes Fachina

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