domingo, 20 de fevereiro de 2011

Êxtase

Ontem escutei uma música que realmente me tirou do eixo. Havia prometido que não escreveria sobre o que vou narrar mas, fui empurrado vorazmente ao teclado.
Tenho vivido num estado constante de verdadeiras inundações sentimentais, fruto de todas as mudanças de minha vida. E essas mudanças, apesar da perda física de meu pai, têm me mostrado o quanto a vida pode ser boa, quando vivida em primeiro plano. Meu filho está para nascer. Numa noite da semana passada, pela primeira vez o vi em meus sonhos. Foi uma noite especial pra mim. Há tempos não me via entregue a um transe que, sob minha total consciência, pudesse ser tão mágico. Alguém, bem real, me disse: ore... Por favor, ore... As circunstâncias não eram as melhores. Mas, pra mim, algo estava preparado. Algo me esperava. Orei e antes mesmo que pudesse me dar conta, vi que estava mais entregue do que nunca. Em segundos estava num lugar que nunca havia visto. Eram ruas bonitas, bem arborizadas, tudo no seu devido lugar. Como que instintivamente comecei a flutuar (esse sempre foi um sonho recorrente até os meus 18 anos - sempre me via neste estado). Era algo doce, leve e muito intenso.
O encontro era inevitável... Assim como todos os encontros devem ser. Passei por algumas ruas e, de repente, me vi parando defronte uma casa, bem simples, com um portão de grade. Ali, na grade, vi meu filho. Comecei a chorar (como faço agora). Lá estava ele. De pé, olhando pra mim. Em nenhum momento duvidei daquilo que estava acontecendo. Mas meu choro me trouxe de volta. Meu corpo estava extasiado. Preenchido com algo que não sei descrever.
Magia? Claro. Como já disse antes, acredito na beleza da vida. Até o presente momento nunca havia sonhado com ele. Sabe, as vezes a ficha de que vou ser pai, nem cai muito. Estou me preparando como nunca.
Quando era pequeno, sempre sonhava em ser várias coisas. Sonhei, como muitos, em ser jogador de futebol, sonhei ser atleta, sonhei ser músico, sonhei ser corredor de Fórmula 1, sonhei ser rico... Sonhei.
Hoje, tenho certeza de que vivo o que deveria viver mesmo. Não que estivesse escrito. Mas meus passos me conduzem até então e são eles que constroem minha vida.
Hoje meus passos têm um toque tão especial que sei onde quero pisar. Sei pra onde ir. Tenho uma confiança em mim que nunca havia depositado. E sei que isso, assim como os próprios passos, é construído.

Anderson Mendes Fachina

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