domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sincronicidade

A vida flui... Essa é uma verdade inexorável. Ele sempre soube disso e seus passos sempre são conduzidos sob essa tônica. A magia do momento em que vive é algo que ele nunca teve. Sabe disso também e preza como nunca essa magia. Escutou outro dia que a promessa de momentos apaixonantes já estava ultrapassada.. Escutou "vida apaixonante" e isso nunca lhe soou tão bem. Realmente seus passos estavam mais leves.

E o improvável aconteceu (se é que podemos dizer que alguma coisa nesta história pode ser improvável). Ela sinalizou positivamente. Ele se sentiu desafiado. Ela disse que o único problema era sua ausência. Ele pensou "estou disposto a isto, mesmo que seja apenas uma tentativa". E o assunto terminou ali, meio suspenso. Tudo ficara apenas nas entrelinhas. Tudo ficara apenas na tentativa de um recomeço ao qual eles mereciam. Mesmo lugar, mesmo horário, situação diferente e esse era um combustível muito bom.

Ela mentalizou: "se isso acontecesse... ah... eu o surpreenderia".

Ele mentalizou: "loucura, isso é impossível".

Mas a magia entrou no ar... Momentos apaixonantes, lembra? Intenso, lembra? Avalanche de sensações, lembra? Um palavrão lhe veio à mente. Impublicável pela ressonância mas, para as poucas pessoas que sabem sua real intenção, apenas uma expressão de desejo, vontade e um misto de inquietude e aproximação.

E a história entrou num lapso temporal. Somente isso para explicar os eventos que se seguiram até chegar à porta de entrada. Entrou... Foi tomado de várias sensações: insegurança, medo, esperança, vontade... Seus batimentos aumentaram significativamente. Uma imensidão de pessoas a sua volta anunciavam que o local poderia ser inóspito, assim como seu ar naquele momento. Deu alguns passos frenéticos. Não portava naquele momento seu amuleto de dissipação da inquietude e nervosismo. Suava a frio. Deu mais alguns passos. Entrou num local que não era bem vindo. Percebeu o erro. Respirou fundo e começou de novo. Instantaneamente pensou “mesmo local, mesmo local” e isso sinalizou em sua mente como um clarão. O mar vermelho se abriu. E não poderia ser diferente. Deu uma volta e a encontrou. Mais uma vez linda, leve e estonteantemente iluminada. Ela não o viu. Essa era a intenção. Aproximou-se e a tocou levemente. O que aconteceu a partir daí... Nem ele sabe narrar.

Anderson Mendes Fachina

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